Saiba tudo o que é preciso sobre as autoclaves hospitalares e veja porque são uma forte aliada contra as infecções hospitalares
A higienização hospitalar tem papel fundamental na luta contra a disseminação de microrganismos que podem desencadear infecções. Sua principal finalidade é preparar o ambiente para suas atividades, mantendo a ordem e conservando equipamentos e instalações livres de patógenos. Nesse cenário, a autoclave hospitalar é um dos métodos mais eficientes e essenciais para alcançar esse objetivo.
O que é autoclave hospitalar?
A autoclave hospitalar é um equipamento utilizado nas centrais de materiais esterilizados (CME) para esterilizar os equipamentos cirúrgicos e utensílios médico-hospitalares em geral. Dessa forma, tanto funcionários da saúde quanto para os pacientes ficam mais seguros, reduzindo os riscos de infecções hospitalares.
No entanto, autoclave hospitalar é considerada um aparelho caro, que deve ser instalada de acordo com as recomendações técnicas do fabricante e passar por manutenção periódica. Tudo isso acaba aumentando ainda mais seu custo inicial.
Além disso, para cumprir sua função com eficiência, a escolha da autoclave hospitalar precisa considerar sua capacidade de atendimento em relação à demanda da unidade de saúde.
Ou seja, a escolha da autoclave precisa ser bem dimensionada para que sua performance corresponda à expectativa e faça valer o investimento.
Por outro lado, a autoclave hospitalar precisa ser manipulada por pessoal capacitado de forma que a esterilização do material seja feita de forma correta. Isso significa que é preciso funcionários devidamente treinados com o conhecimento específico para que sua eficiência seja mantida
Enxoval descartável pode melhorar a performance do equipamento
A adoção de enxoval descartável pode melhorar a performance da autoclave hospitalar. Assim, além de reduzir os riscos de infecção hospitalar, já que os materiais são descartados após seu uso, reduz a carga de trabalho do equipamento, que fica livre para funcionar apenas com a esterilização instrumental. Dessa forma a autoclave hospitalar tem seu funcionamento otimizado, melhorando também seu custo-benefício.
Atenção ao uso dos Wraps
Os invólucros para a esterilização também merecem atenção. Os Wraps descartáveis colabora para a redução do custo final da autoclave hospitalar, uma vez que não há gastos com as etapas de confecção e lavagem. Por outro lado, há um grande grau de eficiência. O não tecido SSMMS com barreira bacteriana, por exemplo, é adequado para esterilização de qualquer material graças à sua grande maleabilidade. Além disso, é encontrado em diversas gramaturas, tem baixo custo, disponibilidade em várias formas e tamanhos, é altamente resistente à tração e oferece a melhor barreira antimicrobiana em relação aos demais materiais, permitindo a esterilização a vapor, óxido de etileno ou plasma de peróxido de hidrogênio.
Cuidados e dicas para o uso dos wraps na autoclave hospitalar:
- Disponha os pacotes paralelamente uns aos outros, com espaços de pelo menos 1 cm, entre um e outro, de forma a favorecer a circulação de vapor e facilitar a secagem do material;
- Os instrumentais articulados devem ser esterilizados abertos, permitindo a penetração do vapor em toda sua extensão;
- Pontas cortantes devem ser protegidas com algodão para evitar que o pacote rasgue e perca sua integridade;
- Ao adquirir material de embalagem certifique-se do registro no Ministério da Saúde;
- Escreva a data e horário em que o material foi esterilizado (depois de pronto);
- Os pacotes não devem ser sobrecarregados para não ficarem apertados;
- Devem ser montados kits para cada procedimento de cada paciente;
- Os pacotes devem ser pequenos e compatíveis com o atendimento;
Como funciona a autoclave hospitalar?
Em linhas gerais, a autoclave hospitalar produz um tratamento térmico que destrói os patógenos do material contaminado através do contato com vapor de água sob pressão em temperaturas muito elevadas durante determinado período de tempo. Por sua vez, esse material precisa ser previamente lavado e embalado nos chamados Wraps. Só então ele está pronto para passar por vários ciclos de compressão e descompressão no equipamento, em temperaturas que variam entre 120ºC e 135ºC sob pressão de 3 a 3,5 bar. Para que a esterilização seja eficiente, a autoclave hospitalar realiza diversos processos que, no total, duram entre duas e quatro horas. Basicamente, a autoclavagem dos materiais funciona através de quatro princípios/operações:
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Remoção do ar da câmera ou desaeração
É a etapa anterior ao estado de ebulição da água e tem como finalidade remover o ar da câmera interna, criando condições de pressão negativa. Dessa forma, na próxima etapa o vapor entra mais facilmente em contato com os materiais que precisam ser esterilizados.
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Rampa de aquecimento
O processo de injeção do vapor na câmara até alcançar a temperatura certa varia de acordo com o tipo de autoclave hospitalar. Ele deve preencher todo o espaço para entrar em total contato com o material que precisa ser esterilizado.
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Esterilização.
Nessa fase a temperatura e a pressão são mantidas durante determinado período de tempo até que o processo de esterilização esteja completo. O tempo e a temperatura de cada ciclo é determinado pelo operador devidamente capacitado de acordo com a carga na autoclave hospitalar.
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Despressurização ou secagem
O próximo ciclo é a liberação gradual do vapor. Ele passa então por um filtro fino que evita a passagem de qualquer microrganismo para o exterior da autoclave hospitalar.
Dessa forma, a pressão é reduzida gradualmente até que seja atingida
uma atmosfera. O material é então arrefecido até uma temperatura que permita a retirada dos
materiais da autoclave.
Essa fase é também conhecida como secagem, ou seja, os vapores são removidos e a pressão interna
é igualada à externa para que a porta possa ser aberta e o material resfrie o suficiente para
ser removido.
Atenção: A carga deve ser retirada de dentro da autoclave o mais fria possível, evitando a condensação do vapor residual. Então é importante que materiais e pacotes sejam secos para evitar a recontaminação dos instrumentos, mantendo a esterilidade. Da mesma forma, a câmara da autoclave hospitalar também precisa estar fria antes que um novo ciclo comece.
Tipos de autoclave hospitalar
Há dois tipos de autoclave hospitalar, as gravitacionais e as de pré-vácuo.
Autoclave de vácuo fracionado
Nesse tipo de autoclave hospitalar a desaeração acontece praticamente em conjunto com o aquecimento do ar. A geração de calor faz com que o ar quente suba e o ar frio desça, sendo expulso por uma válvula.
Enquanto o vapor é introduzido na autoclave hospitalar a pressão é aumentada gradualmente, favorecendo a penetração da água superaquecida nos invólucros e acessando os materiais que precisam ser descontaminados.
Mas é preciso cuidado, porque a desaeração depende do momento correto do fechamento da válvula para dar início à pressurização da câmara. Se o ar frio permanecer na câmera e criar esses bolsões de isolamento, a esterilização do material será falha.
Mesmo assim, a formação de bolsas de ar é bem pouco frequente e não se dá de forma tão rápida quanto no autoclave de vácuo único.
Autoclave de alto vácuo
Esse tipo de autoclave hospitalar é considerado mais seguro. O processo se dá pela remoção do ar através de uma bomba e para induzir o vapor em alta pressão. Assim, os organismos contaminantes são expulsos do interior do aparelho, descontaminando os instrumentos.
A alta capacidade de sucção, que não gera qualquer ar residual, faz com que o equipamento seja considerado também um dos mais seguros para o operador. Outra vantagem é que os instrumentos já saem dele prontos para o uso, logo após esfriarem.
Autoclave de gravitacional:
É o tipo mais comum e é encontrado em vários tamanhos e dimensões. Nesse tipo de autoclave hospitalar o vapor é injetado na câmara, forçando a saída do ar frio através de uma válvula na parte inferior da autoclave, por causa da gravidade.
Porém, ainda que funcione bem em instrumentos metálicos, esse tipo de autoclave não é recomendado para esterilização de materiais porosos por permitir a permanência de ar residual. Além disso, a presença de umidade no final do processo é considerada uma limitação na fase de secagem.
Conclusão
O uso correto da autoclavehospitalar é um importante aliado na luta contra a disseminação de patógenos que desencadeiam infecções hospitalares.
No entanto, a autoclave hospitalar é considerado um equipamento caro: precisa de instalação supervisionada, manutenção regular para manter a performance desejada e usuários capacitados para sua manipulação.
Também é muito importante saber dimensionar o tamanho do equipamento em relação à demanda do hospital e optar pelo tipo que melhor atender às necessidades de cada ambiente hospitalar.
O uso inadequado, a falta de manutenção e/ou a escolha errada da máquina pode gerar prejuízos relevantes para a instituição de saúde, colaboradores e pacientes.
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