Veja como vencer o desafio de reduzir e prevenir a Contaminação cruzada hospitalar e oferecer mais saúde e segurança a pacientes e profissionais!
Na complexidade do ambiente hospitalar, evitar a Contaminação
cruzada
é um dos maiores desafios. De acordo com o Ministério da Saúde, ela é a responsável por 14% das
internações. Mas o problema atinge o mundo inteiro.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que sua maior prevalência é justamente
nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), enfermarias cirúrgicas e alas de ortopedia. Só na
Alemanha são cerca de 60 mil novas infecções hospitalares nas UTIs.
A OMS destaca que, por ano em todo o mundo, cerca de 234 milhões de pacientes são submetidos a
procedimentos cirúrgicos. Destes, 1 milhão vai a óbito por causa das infecções hospitalares e
outros 7 milhões apresentam complicações no pós-operatório. As mais comuns são infecção no sítio
cirúrgico, das vias aéreas e do trato urinário.
A Contaminação cruzada não é o único tipo de infecção hospitalar (IRAs), mas é
uma de maior incidência e preocupação. Principalmente porque pode ser evitada com um rígido
controle da limpeza e desinfecção hospitalar.
O que é Contaminação cruzada?
Há quatro tipos de infecções hospitalares.
Inter-hospitalar - Que são levadas de uma instituição para outra;
Exógena - Os microrganismos causadores não fazem parte da microbiota da pessoa;
Endógena - A infecção é causada por microrganismos da própria pessoa; e
Cruzada - Causada pela transferência de microrganismos entre o hospedeiro e as fontes de contaminação como objetos, profissionais e as superfícies dos ambientes de atenção a saúde.
Como ocorre a contaminação?
A Contaminação cruzada pode ocorrer de diversas formas. Ela pode ser direta,
através das mãos
dos profissionais de saúde que carregam vírus e bactérias sem saber, por exemplo. Ou indireta,
através de equipamentos, objetos, instrumentos, maquinário contaminados e superfícies próximas
ao paciente.
Isso acontece quando os fluidos corporais com germes são liberados através da tosse ou do
espirro e das mãos dos profissionais da saúde, contaminando as mais diferentes superfícies.
A situação é especialmente delicada nas UTIs, que acolhem os pacientes em estados mais graves.
Além da maior debilidade orgânica dessas pessoas por causa da doença, nesses locais também são
realizados mais procedimentos invasivos, como ventilação mecânica, intubação orotraqueal,
cateter venoso, etc.
Da mesma forma, cortes e lesões na pele, como as escaras (úlceras de pressão ou decúbito,
feridas que aparecem em pessoas que permanecem muito tempo na mesma posição, como nas UTIs)
também apresentam alto risco para a Contaminação cruzada.
Pontos de atenção
Conseguir driblar a Contaminação cruzada é um grande desafio das intituições
hospitalares. Mas é
possível, principalmente em relação a pontos de atenção muito específicos.
É muito importante que seja criado um padrão de desinfecção ambiental com ações altamente
responsáveis e eficazes. No entanto, a participação consciente de todos os funcionários nos
protocolos de proteção e higienização é de extrema relevância.
O cuidado com a higiene do ambiente do paciente também é muito importante para evitarmos essa
disseminação e envolve a equipe assistencial e de higiene, bem como a qualidade dos produtos de
limpeza hospitalar.
Claro que é preciso considerar que profissionais que cuidam de vários pacientes têm mais chances
de ocasionar uma Contaminação cruzada.
No entanto, o ideal é que não só médicos e equipes de enfermagem tenham o conhecimento sobre
limpeza e desinfecção, mas todos os profissionais do hospital, mesmo os de cargos
administrativos tenham ciência da relevância dos procedimentos.
Veja os principais pontos de atenção para evitar a Contaminação cruzada:
Higienização das mãos
A higienização correta das mãos é um dos pontos mais importantes.
Profissionais e visitantes devem lavar as mãos com água e sabão da forma adequada. Pode ser
feita uma campanha explicativa com cartazes em pontos estratégicos, como sanitários.
Deve haver disponibilização de álcool gel em todas as dependências, mas principalmente próximo a
quartos, leitos e banheiros. Dessa forma, qualquer funcionário, paciente ou visitante pode fazer
a higienização frequente das mãos.
Esse procedimento também funciona como um incentivo aos bons hábitos de higienização das mãos em
qualquer local, inclusive para o público em geral, colaborando para uma melhor saúde pública.
Descarte de resíduos no local correto
Os resíduos dos serviços de saúde são agentes causadores de lixo hospitalar, que é um grande agente causador de contaminações cruzadas. Inclusive, podem também contaminar solo e água se não forem descartados corretamente. Devendo assim ser desenvolvido o PGRSS (programa de gerenciamento de resíduos ) para a segregação, acondicionamento e descarte correto destes resíduos;
Infecção de pele
Acessos venosos, injeções, cicatrizes cirúrgicas ou de biópsia e escaras costumam facilitar a infecção de pele. Os principais sintomas são inchaço e vermelhidão com ou sem a presença de bolhas. O local costuma ficar quente e doloroso, podendo haver secreção purulenta e mal cheirosa.
Limpeza hospitalar
É preciso elaborar protocolos de limpeza hospitalar compartilhados por todos os funcionários, e
treinar as equipes envolvidas na assistência.
Deve ser criado um cronograma de ações para limpeza de chão, móveis, paredes, janelas, portas,
utensílios, superfícies. Por outro lado, atenção à limpeza dos diferentes ambientes com produtos
específicos para cada superfície.
Essas normas devem ser incorporadas desde as rotinas de primeiro atendimento até os serviços de
apoio. Todos, sem exceção, devem colaborar. Da eficiência da limpeza hospitalar depende grande
parte do controle, prevenção, redução e eliminação dos riscos que podem comprometer a saúde.
Aventais individuais
O avental deve ser utilizado durante todos os procedimentos em que houver qualquer possibilidade
de contato com material biológico e/ou com superfícies contaminadas. Essa paramentação visa
proteger a roupa do profissional de limpeza e a região abdominal contra umidade.
Além disso, os aventais precisam ser de uso único, ou seja, descartáveis, de forma a evitar o
carregamento de germes entre áreas e, consequentemente, a Contaminação cruzada.
Sendo de uso único, portanto, o avental também deve ser individual, utilizado apenas por uma
única pessoa e devidamente descartado após seu uso.
Vale lembrar, que o avental é um EPI, ou seja, um equipamento de proteção individual que serve
de barreira contra secreções e substâncias prejudiciais à saúde.
Desinfecção frequente
A desinfecção frequente das áreas com potencial de Contaminação cruzada é
essencial. Isso
significa uma série de ações de e treinar as equipes envolvidas na assistência.
Nível baixo: destrói as bactérias em forma vegetativa, vírus e fungos;
Nível médio: destrói os perigos das tarefas de baixo nível e atinge também o bacilo da
tuberculose, o Mycobacyterium tuberculosis;
Nível alto: destrói todos os microrganismos de objetos inanimados e superfícies, com exceção
apenas de certos esporos bacterianos.
Assim, para evitar a Contaminação cruzada deve ser feito um diagnóstico da
necessidade de cada
local para fazer a desinfecção adequada.
Os procedimentos devem ser realizados principalmente nos momentos de desocupação de quartos, com
limpeza e desinfecção rigorosa dos banheiros, principalmente os de uso coletivo.
Como reduzir riscos?
Há várias outras medidas complementares, mas de suma importância, que também podem ser adotadas
para reduzir os riscos da Contaminação cruzada. Veja algumas delas:
Treinamento e capacitação das equipes multiprofissionais quanto aos protocolos de desinfecção,
limpeza e higienização nos ambientes assistenciais.
Adoção de paramentação cirúrgica descartável adequada a acada tipo de paciente, e posterior
descarte adequado, evitando a Contaminação cruzada e providenciando seu
descarte eficiente,
evitando a Contaminação cruzada;
Elaboração e implementação de um programa de controle de infecção hospitalar na unidade.
Coleta, análise e divulgação periódica das taxas de infecções no hospital;
Identificação e criação de medidas de contenção de surtos infecciosos.
Supervisão das normas e rotinas técnico-operacionais.
Investigação epidemiológica de casos e surtos.
Conclusão
A Contaminação cruzada é considerada uma das principais causas das infecções
hospitalares, cuja
transmissão pode ser feita pelas mãos das equipes multiprofissionais envolvidas na assistência a
saúde, assim como por fontes externas com visitas superfícies, objetos e entre os próprios
pacientes.
Por isso é essencial criar protocolos de desinfecção e limpeza abrangentes, porém específicos
para cada área do hospital. Da mesma forma, é preciso conscientizar todos os funcionários sobre
a relevância do papel de cada um nesse desafio.
Com atenção, foco e estratégia é possível reduzir e prevenir as contaminações cruzadas no
ambiente hospitalar, oferecendo mais segurança e saúde para pacientes e profissionais da sua
instituição.